A mera espontaneidade não pode ser critério da moral (como também não ´é na arte musical, por exemplo: para tocar piano).
No entanto, S. Tomás afirma: "As virtudes nos aperfeiçoam para que possamos seguir nossas inclinações naturais de modo devido" (II-III, 108, 2).
Na verdade, só com a perfeição da virtude a espontaneidade moral ganha total legitimidade: a improvisação de um virtuose ao piano é deliciosa; a minha, desastrosa.
É a distinção entre o querer e o - para usar a linguagem mais popular - "estar a fim". A virtude faz com que "estejamos a fim" do que realmente, por natureza, queremos*.
A sabedoria popular refere-se ao craque dizendo que ele, sim, faz o que quer com a bola; e também o bom músico é o que faz o que quer com o instrumento. O homem bom (moralmente) faz o que quer simpliciter.
LAUAND, Jean. Linguagem e Ética; Ensaios. Curitiba: Editora Universitária Champagnat, 1989.
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* O "queremos" não faz referência ao aspecto superficial, como se dissessem respeito a vontades caprichosas, mas ao que, profundamente, nossa alma anseia pela sua própria constituição natural ainda que de tais desejos não tenhamos atual consciência.

Este blog está cada vez melhor! Parabéns! Estou passando para visitar e também lhe falar sobre o lançamento do primeiro livro do Blog Dominus Vobiscum - O HOMEM, DEUS E A RELIGIÃO. Se interessar, sugiro uma visita ao site do Clube dos Autores. O livro só poderá ser adquirido pela internet http://clubedosautores.com.br/book/126311--O_homem_Deus_e_a_religiao
ResponderExcluirDeus lhe abençoe.
Sempre a disposição!
Cadu
Obrigado, Cadu.
ResponderExcluirQuero inclusive parabenizá-lo pelo seu livro. Partilho da sua alegria.
Tão logo possa, irei adquiri-lo.
Grande abraço.