“Ó amante cheio de doçura, de dóceis abraços, ajuda-nos a conservar nossa virgindade. Fomos formadas do pó, ai!, ai!, e no crime de Adão. Bem duro é contradizer o gosto que o fruto tem. Dá-nos coragem, ó Cristo, Salvador. Nós desejamos ardentemente seguir-te. Ó como é gravoso, para nós miseráveis, a ti imaculado e inocente Rei dos Anjos imitar. Confiamos em ti, todavia, pois é teu desejo a pedra preciosa permanecer sem putrefação. Invocamos-te agora, Esposo e consolador, que nos redimiste na cruz. Por teu sangue comprometidas somos para ti esposas repudiando homem para te preferir a ti Filho de Deus. Ó belíssima forma, ó suavíssimo perfume de desejáveis delícias, sempre por ti suspiramos no exílio das lágrimas, na esperança de contemplar-te e contigo permanecer. Nós estamos no mundo e tu em nossa mente, abraçamos-te no profundo coração quase como se foras presente. Tu, fortíssimo leão, rompeste o céu para descer ao útero duma Virgem e destruíste a morte para elevar a vida à cidade de ouro. Concede-nos habitar dentro de seus muros e permanecer contigo, dileto Esposo, pois nos livrastes das fauces do Diabo, que seduziu nossos primeiros pais.”
(SYMPHONIA VIRGINUM, de Santa Hildegard von Bingen, Doutora da Igreja).
Fonte: O Camponês
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