quarta-feira, 24 de abril de 2013

O amor aos outros


Se Deus está em nós e se Ele é o amor, não pode ser diferente, não podemos deixar de amar os irmãos. Por isso, nosso amor ao ser humano é nosso amor a Deus. Mas é um amor diferente do que o amor natural humano, que se aplica a esse e àquele, com os quais estamos ligados com laços de sangue, ou pelo parentesco do caráter, ou por interesses comuns. Os outros são "estranhos" que "nada nos dizem", alguns inclusive nos são ofensivos, de modo que gostaríamos de tê-los o mais distante possível.

Para o cristão não existem pessoas "estranhas". Aquele que tenho diante de mim e que mais necessita, este é cada vez o meu próximo; não importando se ele é parente ou não, se "gostamos" ou não, se ele "valoriza moralmente" a ajuda ou não.

O amor de Cristo não conhece limites e não acaba jamais, não pestaneja frente ao que é feio e sujo. Ele veio por causa dos pecadores e não por causa dos justos. E se o amor de Cristo vive em nós, então fazemos como Ele fez e vamos atrás da ovelha perdida. 

O amor natural busca ter para si as pessoas amadas, e na medida do possível possuí-las só para si. Cristo veio para reconquistar a humanidade perdida para o Pai; e quem ama com seu amor busca conquistar as pessoas para Deus e não para si. Isso é certamente, também, o caminho seguro para possuir essas pessoas eternamente; pois quando conquistamos uma pessoa em Deus, então somos na visão dele um com ela, enquanto que a busca de apoderar-se  nos leva muitas vezes - mais cedo ou mais tarde, sempre - à perda. Isso pode ser aplicado tanto para a alma do outro como para a própria, e também para os bens exteriores: quem está angustiado por ganhar e reter, este perde. Quem entrega tudo em Deus, este ganha.

Fiat voluntas tua! Seja feita a tua vontade!

Edith Stein, teu coração deseja mais

Nenhum comentário: