quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Quando o erro se torna obstinação


Artista moderno das liturgias modernas

Ontem à noite, não houve Santa Missa... Devido à morte da mãe do Pe. Francisco, este não compareceu; houve uma tentativa de contactar o padre Guimarães, de uma cidade vizinha, mas nada ficou certo. Houve "Celebração da Palavra".. O que ali se viu era algo realmente deplorável... A começar pelas músicas, dedicadas ao famoso Pe. Cícero que não pode ser cultuado. Ainda por cima, o ritmo dos cânticos lembrava qualquer batuque ou apresentação de uma banda de forró, não fosse a desafinação do vocalista. Havia até um baterista que "mandava ver" no seu discreto instrumento... Só pra se ter uma idéia, o "Cordeiro de Deus" foi cantado no ritmo da "Asa Branca" do Luiz Gonzaga... Não me admirarei se, dentro em pouco, Billie Jean, do falecido Michael Jackson, fôr o fundo musical da procissão de entrada.. Quem sabe até um acólito não arrisca entrar de costas, executando um perfeito "Moon walker"? Rs...

O único motivo pelo qual fiquei, foi porque pensei que, no meio daquelas profanações (tenho outros nomes praquilo, mas todos inconvenientes com o espaço sagrado onde se deram...), eu poderia ser um dos que estariam com Ele. Não O quis abandonar só às recreações infernais daqueles devassos... Mesmo quando não pode fazer nada, a presença de um amigo conforta; talvez seja pretensão minha a de supor que poderia, de alguma forma, diminuir os destratos ao Cristo, permanecendo com Ele, negando-me a fazer parte da "bagunça litúrgica" que ali acontecia. Mas... Fiquei... Minha possível pretensão era bem intencionada.

Antes de se iniciar o "martírio" da Liturgia, um amigo veio conversar comigo a respeito de certos costumes adotados por alguns católicos de hoje. No meio da conversa, falou-me de um rapaz, ao qual já dei formação, que afirmou discordar de certos ensinamentos da Igreja e criticou-lhe o caráter hierárquico. Nas formações que dou, há sempre o espaço para que se levantem questionamentos, dúvidas e objeções e, quando estas são postas, faço o possível por clarificá-las, de modo que os amigos terminam dizendo-se convencidos. Este, porém, pareceu obstinar-se no erro, mesmo diante dos argumentos apresentados. Baseava-se a sua obstinação num achismo pessoal. O seu contra-argumento sempre se iniciava com um "eu acho que"... Fato é que abandonou as aulas...

Não deixa de ser algo misterioso que alguém se arvore o direito de achar coisas a despeito do que a Igreja afirma. Uma coisa são as dúvidas sinceras, outra a permanência irracional no erro. Esta soberba luciferina e luterana parece animar muitos dos católicos hodiernos. Além disto, constata-se a total falta de objetividade, e esta soberba mesmíssima foi o que inspirou meio mundo de cismáticos e hereges. O orgulho humano realmente parece um poço sem fundo que desemboca, obviamente, no próprio salão central do inferno. Esta vaidade é a porta principal para que lá se chegue...

No caso deste rapaz, que muito estimo, na verdade, o que há não é uma ignorância, como a de muitos "romeiros" da referida celebração; o que há, nesta particularidade, é uma decisão livre pelo erro e, como diz S. Tiago, o que sabe fazer o bem e não o faz, peca.

Duas coisas a se vencer: o orgulho e a ignorância. Esta última é mais fácil de se tirar, mas há mesmo quem carregue as duas.

Realmente... tempos difíceis..

Fábio

2 comentários:

um levita disse...

Muitas vezes Deus nos fala de formas as quais não compreendemos... A musica ainda é o melhor meio para passarmos uma mensagem...se foi utilizada uma musica conhecida para cantar o cordeiro de Deus, qual o problema, se no dia seguihnte as pessoas cantarolarem o cordeiro de Deus o dia todo já pensou.... temos que mudar o mundo mudou e se queremos atingir o coração das pessoas temos de faze-lo da forma que temos disponivel nos dia de hoje.. fazer as mesmas coisas e esperar um resultado diferente bem.... voces entendenram

Fiquem com DEUS...

Fábio Graa disse...

Caro Levita, fazes confusão.

O fato de Deus nos falar de formas que não conhecemos, não inclui nisso qualquer tipo de absurdo.

O "Cordeiro de Deus" na Santa Missa é precisamente o momento da morte do Senhor. Consideras realmente legal cantarolar Asa Branca diante da cruz? E se as pessoas, ao pensarem na cruz, cantarolarem a mesma música, consideras isto qualquer tipo de coisa interessante? Não seria, antes, uma forma funesta de troça?

Depois, as formas que temos disponíveis hoje são, como sempre, formas adequadas e formas inadequadas. Vc parte de um pressuposto de que certas formas da Igreja ficaram no passado, como se a atitude da Igreja devesse variar de acordo com o tempo. Ora, isto é muito absurdo e peço a Deus que te mostre isso.

Não, meu caro. A Deus toda dignidade, e aquilo que é digno, não o é somente num tempo, mas para sempre. Saia deste evolucionismo dos costumes...

Depois, para "atingir" o coração das pessoas, não se deve recorrer a qualquer coisa, segundo a sensibilidade popular. A arte tem beleza objetiva. Portanto, há artes objetivamente dignas, e objetivamente indignas. Dentre as artes não indignas, há as formas que podem ser utilizadas no culto a Deus e há as que, obviamente, não podem.

Enfim, meu caro. Eu entendo a sua boa intenção, e espero que compreenda também a minha. Sua visão é ingênua e equivocada. Vc parte de um subjetivismo romântico e é bom deixar isto, pq não vai te levar a nada. Deixe que a Igreja te ensine e então compreenderás bem melhor.

Deus o abençoe.

Pax.