sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Beleza divina


A beleza divina, infinita em plenitude, é algo que nós não podemos sequer imaginar. Toda a beleza existente nas criaturas é, mesmo, uma participação daquela beleza, mas, Deus transcende estas belezas participadas infinitamente a ponto de não ser parecido com elas.

É preciso muita delicadeza para contemplar a beleza divina. Dizia Plotino que, a menos que os olhos humanos se transformem em sol, eles não poderão contemplar dignamente a maior estrela da nossa via láctea. Do mesmo modo, somente se nos tornarmos de algum modo semelhantes a Deus é que poderemos apreciar algo desta beleza sublime que é Ele.

O mundo, embotado em seus vícios e em sua sujeira, esqueceu de Deus e cegou-se à Sua luz. Mas o Sangue adorável de Cristo cura a nossa cegueira e nos permite vislumbrar algo daquelas paragens, daquela beleza que, uma vez contemplada, nos extasiará de amor.

Por vezes, as criaturas, alguma música, alguma coisa torna-se como uma janela por onde, de repente, nos apercebemos de algo daquela luz sutil. E, por um átimo em que somos contemplativos, o nosso coração parece retomar sua saúde, uma saúde que não suspeitávamos que tivéssemos, e nos vemos abrasados por algo que, embora possamos nomear, é-nos, porém, indefinido, como uma luz obscura, como uma beleza escondida que fulgiu por mínimo segundo e que a nossa alma, eternamente à espera, naturalmente abraçou e suspirou.

Ahh... Se soubéssemos...
Não percamos a oportunidade de contemplar a Deus no céu. Tudo diante disso é nada...

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