Enfim, chega o Domingo. As mulheres, ainda pesarosas, levantam-se cedo e rumam para o sepulcro onde, dias atrás, tinham sepultado Jesus. Além dos cuidados comuns aos judeus com os corpos dos defuntos, talvez o fato de se aproximarem do corpo d'Ele mais uma vez como que pudesse, quem sabe, estender um pouco aquela primavera que tinham vivido junto àquele terno nazareno.
Mas a saudade era tamanha que sequer notaram que aquele não era simplesmente um novo dia, mas o primeiro dia de uma nova criação. A dor de seus corações lhes impedia de notar que, naquela manhã, toda a terra como que respirava outros ares, como se invadida por um sopro de vida, à semelhança de uma criança perdida que vê, de repente, atrás de si a presença tão conhecida e única do seu pai.
E lá foram elas. De repente, viram o túmulo vazio e a pesada pedra movida da entrada. Roubaram o Seu corpo? Mas quem poderia ter feito isto? Suposições meramente humanas e de horizonte estreito. Dois seres celestiais, presentes à cena, anunciam com grande alegria a novidade: "por que procurais entre os mortos Aquele que vive? Ele não está aqui... ressuscitou como havia dito!"
E, então, se fez dia também naquelas almas...
A alegria de sabê-Lo vivo? Como poderei descrever? Não posso...
Viram-No depois. Nada era mentira... Tudo quanto Ele tinha falado era a mais pura e concreta verdade. Que alegria! Que alegria! Que alegria! Só posso dizer que aquela alegria era ainda prelúdio de uma vindoura. "E ninguém vos tirará a vossa alegria!" Ah... que nobre esperança! E esta é a alegria de um amor real: o amor dAquele que crucificaram e que agora vive!
Bendito seja Deus! Bendita seja a Cruz pela qual fomos reconciliados com Deus! Ó mistério dos mistérios! Ó alegria verdadeira! Mil graças sejam dadas a Nosso Senhor!
"Eis que estareis convosco até o fim dos tempos..."
Ahhh...
Dizia S. Francisco de Assis: o cristão é aquele que não consegue esconder a alegria por ter descoberto tão precioso tesouro...
Que assim seja.
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