quarta-feira, 26 de maio de 2010

Todos os Filhos de Deus devem nascer de Maria


"O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus." (Lc 1,35).

O mês de maio já se aproxima do seu termo, mas a presença gloriosa da Virgem permanecerá. De fato, nós, os Filhos de Maria, temos constante necessidade da Mãe. Deus lhe pediu que assumisse a orfandade do mundo; do alto da Cruz, ao mesmo tempo que o Filho de Deus pronunciava aquelas palavras de oferta deste grande Bem, também provocava a substância daquilo que pronunciava, isto é, imprimia na alma da Virgem um profundo amor ao discípulo amado e, neste, o amor filial que Ele mesmo, Verbo divino, devotava à Sua Santíssima Mãe.

Deste modo, portanto, se reconhece o verdadeiro discípulo de Nosso Senhor: no amor que tem à Virgem Puríssima. Não há que temer amar mais a Mãe que o Filho, pois o amor a Maria é inspirado pelo próprio Senhor, e é amando a Mãe que aprendemos a amar o Filho sem reservas e com profundidade.

Quando ainda éramos inimigos de Deus, a Virgem já era plena da Graça divina. Esta graça, ela a transmite aos Seus Filhos de modo a nos tornarmos agradáveis a Deus. Não à toa, S. Luís Maria dizia que os que recusavam ter Maria por Mãe, tinham por pai o próprio demônio. E ainda que tal não seja repetido hoje aos quatro ventos, isto não significa que tenha se tornado falso. Tampouco é meramente uma frase de efeito, mas o rigor inerente à clareza da Verdade.

Dizia ainda o santo que Deus dá a devoção à Virgem Santíssima àqueles a quem deseja salvar, de modo que tal amor é sinal de predestinação. Também Deus Pai, nos diálogos de Santa Catarina de Sena, afirma que os que ao menos respeitarem Maria não irão para o inferno.

O Filho de Deus não é tão amado, hoje, porque Maria não é amada, nem conhecida. Aqueles magos que, na noite de Natal, procuravam o Filho de Deus, Lhe foram apresentados por Ela. É Ela quem no-Lo mostra.
Portanto, recorramos a ela, como à nossa boa Mãe, se quisermos encontrar o Filho.

Todos os santos e santas de Deus adquirem a santidade não somente em função de si mesmos, mas em virtude dos auxílios e graças divinos. Pois bem, estes auxílios e estas graças, sem exceção, nos vêm por ela, uma vez que a maior delas, o próprio Verbo, quis vir-nos por meio da Virgem. É preciso, pois, que os cristãos nos confiemos a esta bondosa mãe e que, como se adentrados no seu ventre, sejamos aí gerados para a eternidade. Ela que gerou Cristo, a cabeça da Igreja, há de gerar todo o seu Corpo Místico, o que inclui a nós, os membros. Quando um cristão, posto sob Maria, progride do amor a Deus, realiza-se, mais uma vez, a predição do anjo: "O santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus". Não há, portanto, outra forma de se tornar Filho de Deus, e isto se dá porque o próprio Deus assim o quis.

Amar Maria e excluir todas as reservas para com ela é, então, assunto da maior importância e, uma vez que tal se compreenda, vê-se quanto mal fazem às almas os protestantes e todos os que negam a esta Santa Mãe o seu papel na Salvação das almas. Não sejamos como estes. Amemos a Maria, ainda que tal mistério permaneça, por ora, obscuro.

Que o próprio Jesus, nosso Sumo Bem, nos ensine a amar Nossa Senhora de forma correta, sem reservas, sem medos, mas com perfeita devoção, com pura entrega, com pureza e pobreza.... E que, uma vez gerados no Seu ventre, sejamos também nós autênticos Filhos de Deus no mundo.

A Jesus por Maria

Fábio.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A pobreza, caminho de alegria, tesouro escondido...


É impressionante como a soberba humana labuta contra a objetividade do sagrado. Uma vez que esta (a objetividade do sagrado) é admitida, o homem se verá necessariamente dependente, isto é, incluído num contexto que lhe ultrapassa, que lhe é anterior e que lhe evidencia, portanto, a nulidade valorativa de sua pretensão de auto-suficiência. É o "és como Deus" que é atacado na raiz.

É preciso, portanto, aderir ao "és em Deus". Nisto reside a alegria do homem e a sua natural realização. É a pobreza que, apagando o falso brilho do orgulho humano, abre o homem para a verdadeira luz de Cristo. E este caminho é tão suave, tão saboroso que não deixa de ser um mistério que o homem tanto resista.

Ser pobre implica desapegar-se dos próprios gostos e, muitas vezes, das próprias opiniões. Portanto, a pobreza cristã encerra um forte elemento negativo; contém o profundo significado do "nega-te a ti mesmo". Este elemento é o cerne de qualquer verdadeira conversão, é o "ódio a si mesmo" bem compreendido.

Mas esta negação se faz para que seja possível uma outra afirmação. Nego a mim mesmo para aderir a um Outro. Nesta adesão, está a compreensão da objetividade deste Outro, do qual me torno amigo. "Sereis meus amigos se cumprirdes o que vos mando". A pobreza prática torna-se, portanto, obediência. Este caminho é sublime. Desfaço-me dos meus torpes prazeres e das minhas alegrias egoístas para me abrir ao inifinito da verdadeira Alegria que me vem deste Outro. "Que a minha alegria esteja em vós e que a vossa alegria seja plena". Eis a "Vida em Plenitude" que se iniciou, porém, com uma espécie de morte, a morte para si mesmo. "Quem perder a sua vida por causa de Mim, ganhá-la-á" e "Se a semente não morrer, não produz fruto".

Eis, portanto, que os que aderem a esta suma verdade são os que conhecem a Vida. Não espanta, então, que alguém como Sto André, convidado por quem lhe maltratava a abandonar a fé, tenha respondido: "Ah... se conhecesses o mistério da Cruz". S. Paulo, tendo-o conhecido, escreveu: "tudo considero a preço de nada comparado a isto".

Eis, meus caros, o "tesouro escondido". Comprem-no... Desejem-no... Queiram-no... Invistam nisso.
E ouso usar as palavras de S. Luís Maria Grignion de Montfort: "Se o fizerem, bendirão, no dia de vossa morte, o dia em que me deram ouvidos".

Pax.

Fábio.