sexta-feira, 14 de agosto de 2015

As preocupações do homem fútil são como teias de aranha


"Apesar de sua aparente consistência, a teia de aranha desfaz-se e desaparece ao mais leve toque da mão. Assim, a vida do homem implicado nas preocupações fúteis - como se se tratasse de fios suspensos no ar - tece inutilmente sua teia inconsistente; basta submetê-la a um questionamento mais sistemático, e a frívola preocupação escapa à prisão e desaparece.

Tudo o que se persegue nesta vida só existe na opinião e não na realidade: a honra, a dignidade, a glória, a fortuna e tudo aquilo a que se dedicam as aranhas da vida...

Aqueles que sobem em direção aos cimos escapam com a leveza de seu vôo às tramas das aranhas do mundo; pelo contrário, aqueles que, à semelhança das moscas, são pesados e desprovidos de energia, permanecem grudados aos viscos da vida, estão presos e acorrentados como que por redes às honras, prazeres, elogios e múltiplos desejos, tornando-se assim a presa da Besta que procura capturá-los."

São Gregório de Nissa