Estes dias, participei de um retiro e, nele, uma menina me perguntava: "por que a vida não é fácil?"
Imediatamente, eu pensei: "porque Deus nos ama".
Todos nós somos doentes. Um doente, se quiser ser curado, tem de ser incomodado.
Nesta vida, estamos para aprender a amar a Deus e, n'Ele, todas as coisas. Porém, há algo em nós que é profundamente aversivo ao amor: o amor de nós mesmos, também chamado egoísmo ou soberba.
Somente pela negação de nós mesmos conseguimos vencer o egoísmo. E é por isso que, nesta vida, o sofrimento é fundamental. Todos temos de fazer a experiência da dor. A partir dela, se a vivermos de modo correto, o amor poderá respirar. O sofrimento é uma experiência que nos força à transcendência e na transcendência está a nossa salvação.
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"Convém acostumar-vos a considerar o Evangelho sob o seu verdadeiro ponto de vista e saber que a nossa religião é toda de sofrimento, de mortificação, de sacrifício, de amor consumidor, de zelo que se esquece a si mesmo, e de união que se crucifica. Numa palavra, é a religião da Cruz e do Crucificado. Compenetrai-vos bem dessa verdade, que tanto repugna à natureza, de que a abnegação lhe constitui a essência, e que a abnegação deve ser diária, não somente para que possamos ser perfeitos, mas ainda para que possamos ser discípulos de nosso amado Senhor."
Pe. Faber
"O Mestre apresentara um caminho difícil e severo, escavado na rocha viva e que os pés descalços haveriam de purpurear de sangue e que todos os seus seguidores haveriam de umedecer com o suor e as lágrimas. Havia proclamado felizes os rostos banhados pelo pranto da purificação, felizes os pobres em espírito, felizes os que sofriam tribulações, os caluniados, os perseguidos, aqueles que respondiam com serenidade à provocação, aqueles que nunca se vingavam e perdoavam sempre, aqueles que, negando-se a si mesmos, abraçavam a cruz a cada dia e o seguiam, aqueles que, como o grão de trigo, desapareciam nas vísceras da abnegação, para reaparecer “diferentes”, isto é, ressuscitados.
Pedro Paulo di Berardino, OCD. Itinerário Espiritual de S. João da Cruz."
4 comentários:
Lendo o texto lembrei que você falou que o C. S. Lewis falava muito facilmente sobre o sofrimento, no início do filme... Também assim parece ser você.. rs
Bom. Eu tinha escrito uma resposta sobre isto, mas depois resolvi tirar. Ninguém precisa saber da minha intimidade. Além disso, o texto tem valor por si só.
Só te advirto para não fazer esses tipos de suposição. Não pretendo, de nenhum modo, banalizar o sofrimento. Mas, considere que o texto talvez seja expressão de um estado de alma atual.. e bem real.
Enfim, de novo parece-me que você me conhece muito pouco, mesmo depois de tanto tempo.
Não disse e nem quis dizer que você banaliza o sofrimento..rs..não me entenda mal. Disse que você fala muito facilmente sobre isso...Se você sofre ou não, é outra questão..rs... Até porque não é certo que só se fala sobre o que se vive. ^^
Falar frequentemente não é o mesmo que falar fácil.
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