segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Todos temos de sofrer


Estes dias, participei de um retiro e, nele, uma menina me perguntava: "por que a vida não é fácil?"

Imediatamente, eu pensei: "porque Deus nos ama".

Todos nós somos doentes. Um doente, se quiser ser curado, tem de ser incomodado.

Nesta vida, estamos para aprender a amar a Deus e, n'Ele, todas as coisas. Porém, há algo em nós que é profundamente aversivo ao amor: o amor de nós mesmos, também chamado egoísmo ou soberba.

Somente pela negação de nós mesmos conseguimos vencer o egoísmo. E é por isso que, nesta vida, o sofrimento é fundamental. Todos temos de fazer a experiência da dor. A partir dela, se a vivermos de modo correto, o amor poderá respirar. O sofrimento é uma experiência que nos força à transcendência e na transcendência está a nossa salvação.


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"Convém acostumar-vos a considerar o Evangelho sob o seu verdadeiro ponto de vista e saber que a nossa religião é toda de sofrimento, de mortificação, de sacrifício, de amor consumidor, de zelo que se esquece a si mesmo, e de união que se crucifica. Numa palavra, é a religião da Cruz e do Crucificado. Compenetrai-vos bem dessa verdade, que tanto repugna à natureza, de que a abnegação lhe constitui a essência, e que a abnegação deve ser diária, não somente para que possamos ser perfeitos, mas ainda para que possamos ser discípulos de nosso amado Senhor."

Pe. Faber

"O Mestre apresentara um caminho difícil e severo, escavado na rocha viva e que os pés descalços haveriam de purpurear de sangue e que todos os seus seguidores haveriam de umedecer com o suor e as lágrimas. Havia proclamado felizes os rostos banhados pelo pranto da purificação, felizes os pobres em espírito, felizes os que sofriam tribulações, os caluniados, os perseguidos, aqueles que respondiam com serenidade à provocação, aqueles que nunca se vingavam e perdoavam sempre, aqueles que, negando-se a si mesmos, abraçavam a cruz a cada dia e o seguiam, aqueles que, como o grão de trigo, desapareciam nas vísceras da abnegação, para reaparecer “diferentes”, isto é, ressuscitados.

Pedro Paulo di Berardino, OCD. Itinerário Espiritual de S. João da Cruz."



4 comentários:

Kushina disse...

Lendo o texto lembrei que você falou que o C. S. Lewis falava muito facilmente sobre o sofrimento, no início do filme... Também assim parece ser você.. rs

Fábio Graa disse...

Bom. Eu tinha escrito uma resposta sobre isto, mas depois resolvi tirar. Ninguém precisa saber da minha intimidade. Além disso, o texto tem valor por si só.

Só te advirto para não fazer esses tipos de suposição. Não pretendo, de nenhum modo, banalizar o sofrimento. Mas, considere que o texto talvez seja expressão de um estado de alma atual.. e bem real.

Enfim, de novo parece-me que você me conhece muito pouco, mesmo depois de tanto tempo.

Kushina disse...

Não disse e nem quis dizer que você banaliza o sofrimento..rs..não me entenda mal. Disse que você fala muito facilmente sobre isso...Se você sofre ou não, é outra questão..rs... Até porque não é certo que só se fala sobre o que se vive. ^^

Fábio Graa disse...

Falar frequentemente não é o mesmo que falar fácil.