"Arranca-me os olhos, mas, depois de arrancá-los, vê se podes arrancar também o Sol do céu. Lança-me numa prisão e dá volta à chave: há de sempre vencer a liberdade, que não morrerá comigo. Algema-me estas mãos que manejam a pena - a pena, que é o gládio mais temido por bandidos: há-de outra mão, há-de outra pena renovar a luta, enquanto palpite por Deus e para a Vida um coração. Emudeçam, embora, meus lábios selados na escuridão do túmulo: entre dez mil vozes que ficam a trovejar altíssonas, que falta lhes poderá fazer a minha? Certamente pensas que a Primavera morre e lhe morrem a luz, o canto, a seiva e a força, tão só porque tuas mãos estúpidas conseguiram estrangular um pobre rouxinol..."
Pe. Tyrrel
Ps.: Não recomendo, de forma nenhuma, a leitura deste padre modernista que terminou excomungado. Ponho este trecho dele aqui por causa da sua beleza e verdade, seguindo a máxima de Sto Tomás de Aquino, que é a de reconhecer a verdade e o bem onde quer que eles se apresentem, independentemente de por quem eles se mostrem.
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