domingo, 29 de julho de 2012

"Só no Céu haverá alegria sem anuviamento"


Bonitos para mim eram os dias em que meu "rei querido" me levava à pescaria consigo. Tinha tanto amor ao campo, às flores e às aves! Tentava às vezes pescar com minha varinha, mas de preferência ia sentar sozinha na relva florida. Meus pensamentos aprofundavam-se bastante e, sem saber o que era meditar, minha alma mergulhava em autêntica oração... Ouvia ruídos ao longe... O murmúrio do vento e até a música indecisa de soldados, cuja sonoridade me chegavam aos ouvidos, melancolizavam suavemente meu coração... A terra parecia-me lugar de degredo, e eu sonhava com o Céu... A tarde passava rápida, e dentro em pouco era hora de regressar aos Buissonnets. Antes de partir, porém, tomava o lanche trazido no meu cestinho. Mudara de aspecto, a linda merenda com geléia de fruta que me tínheis preparado. Em lugar da cor ativa, já não via senão uma ligeira mancha cor de rosa, toda ressequida e amarfanhada... Então a terra se me apresentava mais tristonha ainda, e compenetrava-me de que só no Céu haverá alegria sem anuviamento... 

 Sta Teresinha de Lisieux, História de Uma Alma

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