terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A multiplicidade de denominações aplicadas a Deus não repugna a sua simplicidade


Ocupemo-nos da razão, dessa multiplicidade de denominações que se aplicam a Deus, ainda quando ele seja em si mesmo completa e absolutamente simples. Como nossa inteligência não pode abarcar a essência de Deus, ela se eleva a seu conhecimento por meio das coisas que estão ao nosso alcance, e nas que encontramos certas perfeições, cuja raiz e origem comum está em Deus: e não podemos denominar uma coisa senão em razão da inteligência ou conhecimento que dela temos, porque os nomes são os signos da inteligência; se segue que não podemos aplicar a Deus denominação alguma senão por meio das perfeições que percebemos nos demais seres, e cuja origem está em Deus; e como as perfeições são múltiplas nos seres, indispensável é aplicar a Deus muitas denominações. Pelo contrário; se nós pudéssemos ver a essência de Deus em si mesma, não teríamos necessidade de nos valermos desta multiplicidade de denominações, porque o conhecimento que teríamos de Deus seria simples, e tão simples como o é a sua essência. Este conhecimento, objeto de nossas esperanças, nos está reservado para o dia de nossa glorificação, segundo as palavras de Zacarias: "Naquele dia o Senhor não terá mais que um só nome".

Sto Tomás de Aquino, Compêndio de Teologia, Cap. XXIV.

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