Nós temos o péssimo costume de levar a sério demais os nossos critérios subjetivos. Em geral, a nossa visão das coisas é limitada; logo, a nossa apreciação delas, também. Porém, a gente gosta de absolutizar nossas impressões e nossas suposições. Como se isto não fosse por si só uma posição irracional - fazer o absoluto derivar do que é relativo e mui incerto - as nossas suposições tendem a carecer de objetividade, não importando o quanto nos pareçam claras e lógicas, se elas se inserem na clássica redoma de quatro paredes que tende a falsear as coisas: o nosso medo, o nosso prazer, a nossa dor, ou a nossa esperança de ganho.
Portanto, se for supor, suponha pelo lado melhor. Precipitar-se sobre as intenções dos outros é muito fácil, mas é muito falso. Muitas injustiças podem ser - e são - cometidas por causa disso.
É sempre a verdade que liberta. Nunca a fantasia. Sempre a verdade.
De nada vale projetar no mundo uma invenção subjetiva. A primazia é do real. Ver o real sem o colorido dos nossos interesses, medos ou suposições, é imprescindível em uma pessoa sincera. A primeira coisa que se espera de uma pessoa sensata é que saiba duvidar de si mesma.
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