Um pouquinho que Deus opere na alma, neste santo ócio e soledade, é um bem inapreciável, por vezes muito maior do que a própria alma ou quem a dirige possam imaginar. E embora não se veja tanto na ocasião, a seu tempo manifestar-se-á. O mínimo que a alma então pode alcançar, é sentir um alheamento e estranheza em relação a tudo, algumas vezes com maior intensidade do que em outras; ao mesmo tempo sente inclinação para soledade, e tédio de todas as criaturas deste mundo, enquanto respira suavemente amor e vida no espírito. E, assim, tudo quanto não é este alheamento e estranheza causa-lhe dissabor; pois, como se costuma dizer, quando goza o espírito, a carne fica sem prazer.
São João da Cruz, Chama Viva do Amor
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