quarta-feira, 16 de maio de 2012

Suposições e auto-projeção x Conhecimento dos outros em Deus


Quanto mais próximos de Deus, tanto mais unidos seremos com os que vivem perto d'Ele. Só poderemos vir a compreender os outros, amando Aquele que os compreende do interior dos abismos do seu ser. Do contrário, só os conhecemos pelas conjeturas que se formam no espelho interior das nossas almas.

Se estamos aborrecidos, sempre pensamos que eles também estão. Se com medo, pensá-los-emos ora covardes, ora cruéis. Se somos carnais, acharemos a nossa sensualidade refletida em cada um que nos atrai. E um certo instinto pode por co-naturalidade, descobri-la antes que o outro tenha percebido a sua existência. Assim podemos atrair a outros, e trazer à tona o seu mal, pela força das nossas paixões. Mas, assim fazendo, não viremos a conhecê-los como são: apenas os deformamos, a ponto de os conhecer como não são. Assim agindo, a maior deformação que produzimos é sobre as nossas próprias almas.

Thomas Merton, Homem Algum é Uma Ilha.

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